É perceptível o desenvolvimento tecnológico no filme, este envolve a busca da autonomia total da máquina na execução de tarefas em serviço aos humanos, ao analisar o filme foi percebido que este está diretamente ligado a condição pós-humana trazendo uma discussão abrangente a cerca da revolução biotecnológica onde podemos ver explicitamente o diálogo entre o que se discute que é biológico e o que é tecnológico criando assim uma condição inseparável. No séc. XXI o corpo humano pode ser considerado um corpo híbrido, influenciado diretamente pela tecnologia digital que reduz cada vez mais os limites entre o natural e o artificial. Para Santaella o termo pós-humano é definido como o humano quando se torna híbrido e suas limitações podem ser reduzidas através das novas tecnologias.
Se tratando de robôs fala-se em corpo biocibertético onde segundo Santaella em “Corpo Cibernético e o Advento do Pós-Humano”, esse corpo biocibernético “é algo que emerge de um novo estatuto do corpo humano na arte, fruto da utilização da tecnologia para imersão e extensão deste corpo, e incluindo a utilização de algoritmos de simulação e replicação, como parte de um processo de decifração do genoma humano”. O corpo humano está em constantes mudanças e a essas mudanças são feitas graças ao avanço tecnológico, é aí que se instala a discussão a respeito do corpo cibernético.
Vivemos numa sociedade onde é aceitável o uso de algumas tecnologias que inclusive reconfigura o corpo humano como, por exemplo, as lentes de contato, próteses, aparelhos auditivos, aceitação de tais tecnologias levam à discussão de que o ser humano não pode então ser considerado inteiramente ser humano. Assim como é mostrado no filme Andrew quer ser reconhecido legalmente na condição de ser humano, mas possui um cérebro ainda cibernético que o faz imortal mesmo depois de ser reconfigurado para ter características inteiramente humanas, Andrew possui em seu corpo uma parte humana e parte maquina e não é reconhecido humano até que possa morrer.
Resenha baseada no texto “O CORPO BIOCIOBERNÉTICO E O ADVENTO DO PÓS-HUMANO” da autora Lúcia Santaella.
Referência: SANTAELLA, LÚCIA. O Advento do pós-humano. In: Culturas e artes do pós -humano: da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-humano.
Referência: SANTAELLA, LÚCIA. O Advento do pós-humano. In: Culturas e artes do pós -humano: da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-humano.
Equipe: Elane Sacramento, Kaio Max Paixão, Luana Boudoux, Luana Santana e Maiara Moraes.